ATRIBUTOS DEFINIDORES DO NOVO PARADIGMA ESTÉTICO-ÉTICO – ECOLÓGICO (A ESQUIZOANÁLISE)

Autor: Gregorio Baremblitt

  • Os sistemas fechados e os abertos obedecem apenas parcialmente aos princípios da termodinâmica, às modalidades conhecidas de causalidade e à tendência à reversibilidade no tempo.
  • Todos os sistemas podem apresentar, tanto ao nível de seus macro, como de seus micro-espaços e respectivos elementos, processos caóticos de turbulências e catástrofes com funcionamentos aleatórios que podem eventualmente constituir núcleos autopoiéticos e gerar pontos de partida para desenvolvimentos em tempo irreversível.
  • Em todo sistema de qualquer natureza pode-se detectar um campo de substancia, forma, conteúdo e expressão ordenado, legal, causal, etc., em geral externamente limitado, internamente homogêneo e/ou clara e definidamente diversificado, centralizado, hierarquizado, seqüenciado cronológica e espacialmente, mais ou menos previsível e calculável. A essa composição se denomina cosmos.
  • Em todo sistema de qualquer natureza pode-se detectar um campo de limites externos indetermináveis, que se podem qualificar como infinitos, cujas matérias não estão fixamente formadas, as formas não são precisas, as expressões são não-codificadas, os conteúdos não identificáveis, onde não existe uma ordem hegemônica, homogênea; nem é clara ou precisamente diversificado internamente, nem centrado, hierarquizado, ou seqüenciado cronológica, causal, temporal ou espacialmente. São elementos imprevisíveis e incalculáveis, animados por velocidades infinitas e consistentes em uma única dimensão: suas intensidades. Representam antecessores de focos de complexidade irreversíveis funcionando e desenvolvendo-se com uma natureza e dinâmica próprias. A essa composição se denomina caos .
  • Entre os campos caótico e cósmico de toda realidade existe um campo de passagem de um para outro. Nele se consolidam focos de matérias, formas, substâncias, expressões, conteúdos, tempos, espaços, ordens, processos novos absolutos que tendem a desenvolver-se e processar-se irreversivelmente mudando todas as regularidades do cosmos. Nesse campo, operam entidades que funcionam como atratores de conexões estranhas, combinadores de elementos sem afinidade pré-fixada, intercessores de reações insólitas, sintetizadores de vibrações e freqüências incompatíveis, osciladores entre caos e cosmos, etc. A esse campo se denomina caosmos .
  • Todos o atos de sentido e ações de qualquer “natureza” se processam nesses três campos, mas são as artes as que assumem, com plena intensidade e sem restrições, a tônica de perseguir esse novo absoluto , criando dispositivos baseados no caosmos e responsabilizando-se eticamente por seus produtos e conseqüências históricas. Esse predomínio da “gratuidade” e da “audácia” e da responsabilidade estética, embora seja inevitavelmente afetada pela axiomática do capital, tinge como um matiz dominante os processos econômicos, os éticos, os políticos, os sociais, os culturais, os de conhecimento e comunicação, assim como a relação da humanidade com a natureza e o parque tecnológico.
  • A essa “inspiração” é o que denominamos Novo paradigma. estético, ético, ecológico . Estético porque está permeado e destinado à produção tanto do belo como da sensibilidade e da lógica insólita e indispensável para experimentar-lo. Ético porque gera valores inovadores e singulares que afirmam vontades de potencia “alem do bem e do mal” de um horizonte convencional do possível. Ecológico , porque, como a ecologia, trata dos sistemas imanentes do real e do realteritario, como conjuntos difusos, metaestáveis, transfinitos, semi aleatórios, heterogêneos, dispersivos, multiplicitarios, mutantes, não centralizados, não hierarquizados, não distributivos.
  • Existem alguns pontos em comum entre o Novo Paradigma esquizoanalítico e os paradigmas sistêmicos, complexos, holísticos, etc. Essas aparentes similitudes tem a ver com que certas noções são “roubadas”, em todas essas doutrinas, da micro e macro física, da biologia molecular, da teoria da comunicação, da cibernética, da robótica, e da telemática, contemporâneas.
  • Mas a diferencia chave do Paradigma esquizoanalítico consiste em sua distinção entre realidade e realteridade, sua abordagem inventivo an – exato mas rigoroso dessa imanência -e sua originalidade, eqüidistante tanto de todo idealismo objetivo, subjetivo o confessional, como do neo-positivismo, do empirismo lógico, do empiriocriticismo, do materialismo mecanicista e do dialético, da fenomenologia, do estruturalismo e de toda metafísica.
  • A esquizoanálise é um demolidor de consolidações predominantemente reprodutivas e antiprodutivas (tarefas negativas) produtor de sentidos (atos) e de ações (devires) produtivo – desejantes, inventivos, revolucionários, meta morfômicos, mutativos (tarefas positivas).
  • A esquizoanálise é uma filosofia que dramatiza uma ciência, que por sua vez dramatiza uma arte, que a seu tempo dramatiza a uma mitologia, que dramatiza um saber popular, que dramatiza à magia: sucessiva, simultânea, retroativa, reversível o irreversivelmente.

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